skip to main | skip to sidebar
Blog sobre a biblioteconomia, bibliotecário, biblioteca, informação, mensagem, usuário, TICs. O nome do blog foi "surrupiado" de um roteiro (para teatro ou cinema) escrito por Paulo de Castro, o maior bibliotecário da terra. E viva Kalímeros!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

O futuro da biblioteca passa pela biblioteca infantil (e pela escolar também)

No futuro as pessoas não vão mais sair de casa para ir a bibliotecas ou livrarias. Através dos cada vez mais sofisticados computadores e gadgets, o leitor acessará tudo o que necessita com um simples clique, toque de tela ou comando de voz (ou ondas cerebrais). Para muitos, esse futuro já chegou. As bibliotecas, até pouco tempo atrás baseadas no impresso, enfrentam um cenário de mudanças profundas com a popularização dos suportes informacionais em meio eletrônico. Se antes era o leitor quem ia à biblioteca, agora é a biblioteca que vai ao leitor. Mas nem todas as bibliotecas passarão por essas transformações radicais. As bibliotecas infantis e as escolares manterão muito do que são atualmente, mesmo que mudem.

Uma das razões é porque criança gosta de ler, não importa se pedra, casca de árvore, areia, papel ou e-reader; e também gosta de ir à biblioteca. Criança não tem preguiça; tem é tédio de fazer coisas maçantes. E leitura, definitivamente, não é uma coisa maçante. As crianças encaram a leitura como a descoberta de novos universos; elas têm orgulho de mostrar que sabem ler. Entre 2004 e 2006 trabalhei em uma biblioteca escolar. Lá os pequenos corriam para a biblioteca na hora do recreio e ficavam balbuciando as palavras, com aquela reticência típica de quem estava aprendendo a reconhecer as letras. E quem sabia mais, lia para os outros. A glória era mostrar para um adulto que sabiam ler. Liam em voz alta, para chamar a atenção. Os adolescentes não gostavam tanto de ir à biblioteca, pois muitas vezes a leitura virava uma obrigação. Mas os pequenos, se pudessem, passariam o tempo todo lá.

Outra razão é porque essas bibliotecas incorporam ao seu cotidiano serviços que atraem os (pequenos) usuários ao seu espaço: contação de histórias, teatro, saraus, oficinas de arte, palestras, exposições, bate-papo com escritores.De todos os tipos de biblioteca, a infantil e a escolar são as que melhor se orientam pelos seus usuários. Moldam-se à sua imagem e semelhança. Voltam-se para a leitura por prazer (mais a infantil que a escolar, que em seu - apoiar o projeto pedagógico da escola - ainda desvela uma obrigação). O universo infantil é lúdico e as bibliotecas entranham-se nesse espírito. Criança é criança em qualquer lugar, em qualquer tempo.

As bibliotecas vão acabar? Não sei. Só sei que estão mudando para se adequar a uma nova realidade; maior "presença" no mundo virtual é uma dessas mudanças. As bibliotecas infantis e escolares, por outro lado, são mais atraentes fisicamente que virtualmente. Porque ir à biblioteca, para os pequenos, é como aquelas brincadeiras que não saem de moda.

0 comentários:

Postar um comentário